A polêmica do dia será uma das mecânicas mais antigas já registradas. A divisora de opiniões e famigerada rolagem de dados, para alguns que usam crocs e fazem piadas de pavê ou pacumê é muito chamada de “rolada de dados”.

Existem registros dessa mecânica datados por volta de 2.000 a.C. na Ásia. Os primeiros vestígios encontrados foram na Índia nas regiões de Kalibangan, Lotal e Ropar, nessa época os dados eram construídos com partes de animais, pedras, madeira, etc. Os primeiros não eram necessariamente semelhantes aos hexaedros mais conhecidos, poderiam ser objetos com 2 faces distintas que eram suficientes para despertar o espírito esportivo que todo humano possui. Um dos primeiros registros do jogo de dados é utilizando diversos objetos de 2 faces distintas que eram jogados e os participantes ficavam na expectativa de deixar certo lado para baixo ou para cima.

Atualmente os poliedros mais famosos são os D4, dado com 4 faces em forma piramidal, D6 os mais comuns, D8 com oito faces, D10 com 10 faces e suas variantes como os D100 e D200, D12 com 12 faces e o maioral D20 com 20 faces. Esses dados foram muito popularizados nas últimas décadas pelos famosos RPGs (Role-playing game ou no nosso Brasilzão “jogo de interpretação de papéis”). Mas porque tantos dados distintos?

Dados variados

A utilização de mais de 1 dado ou dados com diferentes faces são para alterar a probabilidade de o jogador ter sucesso ou falha em determinada ocasião. Por exemplo, cada face dos dados tem a seguinte probabilidade de serem “acertados”:

D4 – 25% por cada face;
D6 – 16,67% por cada face;
D8 – 12,5% por cada face;
D10 – 10% por cada face;
D12 – 8,33% por cada face;
D20 – 5% por cada face;
D100 – 1% por cada face;
D200 – 0,5% por cada face.

Sendo assim temos inúmeras combinações para controlar as chances de acertos em um jogo. Dessa forma se desejarmos acertar os números de 1 a 3 em um dado a probabilidade de acerto depende do dado utilizado, em um D4 a chance é de 75% já em um D20 a chance é de 15%. E esse é um dos motivos do jogo de dados ser até hoje uma das mecânicas mais utilizadas.

E qual o seu papel nos jogos de tabuleiros modernos?

Atualmente é uma das mecânicas que traz mais divisão nas opiniões dos jogadores, principalmente no Brasil, onde os Euro Games são bastante aceitos. Normalmente esses jogadores não gostam dos dados porque trazem uma dose excessiva de sorte para o jogo, como em Zombicide, Dice forge, jogos de masmorras, o tão amado War, entre outros. Entretanto alguns autores têm criado mecânicas utilizando dados e minimizando o fator sorte nos jogos. Nesse perfil temos o Euphoria e Marco Polo, jogos muito conhecidos, onde os dados são utilizados como trabalhadores, mecânica que falaremos mais à frente. Dessa forma a rolagem tem seu lugar no jogo, mas não é determinante para o funcionamento do BG, os participantes terão um acréscimo ou decréscimo de penalidades, mas não limita a jogabilidade.

Normalmente os jogos de entrada possuem as mecânicas de sorte, como em Catan, Quartz, Quarriors! e Uno, e por isso vemos essa divisão de opiniões e sucesso de jogos com dados. Os dados estão intimamente relacionados com jogos descontraídos e despretensiosos que são excelentes para jogar com os amigos e até mesmo tomando uma cerveja, pois eles proporcionam momentos únicos de sorte ou azar de determinado jogador. Aqui na Lost Token temos o Poney azarado, que pelo nome já se entende como ele se relaciona bem com os dados. Mas independente do seu perfil e experiência com os Board Games, não subestime os dados, sempre haverá um jogo com dado para te conquistar! Então, Let’s Roll?

One thought to “A Probabilidade nos Dados”

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