Em 1968, George Romero trouxe ao mundo o longa A Noite dos Mortos-Vivos, e desde então, a temática de zumbis ganhou o mundo, enquanto essas criaturas devoram pessoas e seus cérebros. Seja nos games, filmes e séries de TV, os nossos tão amados zumbis vêm ganhando mais histórias e mais espaço na cultura pop. São inúmeras as referências à essas criaturas. Meu primeiro contato pra valer (e um bom tempo de trauma) foi no saudoso Resident Evil 1, no Playstation 1 e, desde então cai de cabeça nesse universo. Mas os nossos devoradores de gente precisavam ganhar mais espaço, desta vez em nossas mesas, e para tal nos deparamos com Dead of Winter: Um jogo de Encruzilhada. Neste jogo cooperativo, 2-5 jogadores vivem em uma colônia de sobreviventes e tentam resistir a um inverno repleto de perigos após um apocalipse zumbi. A colônia, como um todo, está tentando completar um objetivo, mas cada jogador também controla um grupo de sobreviventes que possui um objetivo secreto. Geralmente, esse objetivo secreto exige que o jogador ajude a completar o objetivo da colônia. Vencem apenas os jogadores que tiverem completado seu objetivo secreto ao final da partida. A partida pode terminar em diferentes ocasiões: se o moral chegar a 0; se o marcador da rodada chegar a 0; ou se os jogadores completarem o objetivo principal.
A dinâmica do jogo é bem simples, a cada rodada, os sobreviventes exploram vários pontos da cidade que estão infestados de mortos-vivos, tentam adquirir alimento e recursos para garantir sobrevivência da Colônia, banham-se com gasolina para andar por aí, se remoem de ódio por conta do dado de exposição e tentam sobreviver e manter a moral dos sobreviventes.
O jogo possui 10 missões principais, que apresentam duas faces, sendo uma delas muito mais difícil, trazendo assim maior imersão ao jogo e muitas palpitações no seu coração. No início de cada rodada, uma carta de encruzilhada é lida secretamente por um jogador e é mantida em segredo até que seu trigger seja ativado. Quando isso acontece, a rodada pode ficar um pouco mais fácil ou muito mais difícil. E são tantas cartas, que até hoje, não usei metade delas. Novos personagens podem aparecer para ajudar, mais inimigos podem surgir, o caos pode se instaurar na Colônia, enfim, inúmeras situações podem acontecer.
Cada rodada se dá em duas fases: Turno dos Jogadores e Colônia.
Na primeira fase, revela-se uma carta de crise para aquela rodada, e os jogadores decidem o que vão fazer: explorar fora da colônia, atacar zumbis ou sobreviventes, colocar uma barricada para impedir o surgimento de um zumbi, limpar o lixão da Colônia, atrair zumbis, usar uma carta ou doá-la para a crise, contribuir com comida, dentre outras opções. Já na segunda fase, temos a resolução ou não de uma crise, paga-se as fichas de comida de acordo com a quantidade de sobreviventes na Colônia, verificar o lixão (pois caso o mesmo tenha 10 ou mais, perde-se 1 de moral na Colônia) e resolve-se o aparecimento de zumbis.
Uma coisa que faltou nesse jogo é a história pessoal de cada personagem. Temos uma história central para cada missão principal e para as missões de traidor mas, faltou um pouquinho sobre cada sobrevivente. De onde surgiu Mike Cho, O Ninja? Como Sparky sobreviveu esse tempo todo? Como entusiasta da temática, senti falta dessas pequenas lores de cada sobrevivente. Talvez por ter me acostumado com as fichas de Eldritch Horror tenho esse sentimento de “obrigação” por parte dos criadores do jogo. Inclusive, já li umas lores feitas por fãs porém, algumas ficaram muito forçadas ou sem graça. Por isso, se você Jonathan Gilmour ou Isaac Vega estão lendo isso daqui, façam o favor de mandar um livrinho sobre os personagens.
Voltando ao jogo em si, como dito anteriormente, existe a opção de termos um traidor na partida, que pode gerar o caos e destruição, e muitas mordidas de zumbis em sua Colônia. Se em algum momento alguém suspeitar de um traidor, pode-se abrir uma votação para expulsar ou não esse suspeito. Algo bem próximo do que temos em Battlestar Galactica: The Board Game mas em menores proporções.
Cada missão principal tem um número pré-definidos de rodadas, então é bom ficar atento.
E pra finalizar o assunto sobre esse jogo, chamo a sua atenção para a expansão “Colônias em Guerra” que traz a possibilidade de jogar com até 11 jogadores e também o modo de jogo em que temos duas colônias de sobreviventes em guerra (rly?). O jogo fica bem mais tenso e desafiador.
Então galera, esse foi um breve resumo sobre esse jogo bem legal que tem estado constantemente na nossa mesa aqui a redação. Quem ai já jogou? Já conseguiu vencer outra missão principal além da “Precisamos de mais amostras”?
Eu fico por aqui, um abraço e até a próxima.
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