Jogar jogos de tabuleiro é em sua essência um ato de diversão. Jogamos para relaxar, descontrair, nos divertir, encontrar amigos e nos desligar um pouco da rotina. Há quem diga, porém, que existem muitos jogos por aí que mais parecem trabalho que lazer.
Para representar essa classe de jogos, falaremos hoje de Kanban.
Kanban, no universo corporativo, é uma ferramenta de sinalização que controla o fluxo da produção, transportes e estoque dentro de uma empresa. No universo dos boardgames, Kanban é um jogo complexo que retrata a linha de produção de uma fábrica de automóveis.
No jogo, os jogadores disputam a atenção da sua gerente, a Sandra, e precisam se desdobrar nos diversos setores da fábrica para receber a admiração (ou o desprezo) da bondosa (ou amargurada) chefe.
O tabuleiro representa a fábrica com 5 setores distintos: O setor de testes, a linha de montagem, o estoque, o departamento de design e a administração. Em cada um desses setores, os jogadores têm ações diferentes que são fortemente ligadas com todas as outras áreas da fábrica. A fim de ganhar a atenção (ou fugir dos berros) da Sandra, os jogadores precisam produzir carros, testar designs, melhorar projetos de peças e aprimorar seus conhecimentos em cada setor da fábrica.
Os jogadores devem alocar seu trabalhador em um setor por rodada para executar ações relacionadas àquele setor. Ao mesmo tempo, Sandra anda pela fábrica a cada rodada inspecionando os que os jogadores tem feito em cada região.
Existem dois modos de jogo: Sandra bem humorada e mal humorada. No modo bem humorada, Sandra elogia os jogadores por cumprirem as metas de cada departamento, e com isso os jogadores ganham pontos de vitória. No modo mal humorada, Sandra penaliza os jogadores que estudaram pouco cada departamento e não cumpriram as metas, fazendo assim com que percam pontos de vitória.
Para completar essa ambientação corporativa, em dado momento do jogo acontecem reuniões, onde os jogadores apresentam pautas sobre as quais querem discutir à Sandra, a gerente. Os jogadores então mostram seus feitos relativos às pautas para ela, que os gratifica com pontos de vitória. Como em qualquer empresa que se preze, você pode aproveitar o “gancho” da fala do colega para também se vangloriar de algumas de suas ações.
Kanban retrata muito bem o ambiente corporativo, tanto as coisas boas como as coisas ruins. É um jogo em que muitas vezes não basta apenas ser um ótimo funcionário. É preciso saber a hora certa de fazer as coisas e, acima de tudo, tem que vender o peixe para a chefe.
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